A faca tem desempenhado um papel significativo na história da humanidade desde os tempos pré-históricos.
Caça e preparação de alimentos: Um dos primeiros usos da faca foi para caça e preparação de alimentos. Os primeiros humanos usavam pedras afiadas e outras ferramentas para caçar e esfolar animais, bem como para cortar e preparar alimentos para consumo.
Fabricação de ferramentas: as facas também eram usadas para fazer outras ferramentas e armas, como lanças, flechas e machados. Eles eram essenciais para moldar e esculpir madeira, osso e outros materiais.
Agricultura: Com o advento da agricultura, as facas tornaram-se importantes para cortar e colher colheitas, como grãos e vegetais. Eles também foram usados para poda de árvores e outras tarefas agrícolas.
Comércio: As facas eram itens comerciais valiosos em muitas culturas, pois eram essenciais para as tarefas diárias e podiam ser usadas como moeda.
Guerra: As facas foram usadas como armas na guerra ao longo da história, desde o início do combate corpo a corpo até o combate militar moderno. Eles eram frequentemente usados em combates de curta distância e como uma arma de backup.
Simbolismo: as facas também têm significado simbólico em muitas culturas, representando poder, força e coragem. Eles têm sido usados em rituais e cerimônias, como circuncisão e sacrifício.
Homo habilis, que significa "homem habilidoso" em latim, é uma espécie extinta de humanos primitivos que viveu aproximadamente 2,3 a 1,4 milhões de anos atrás durante a época do Pleistoceno. O Homo habilis é conhecido por ser a primeira espécie a fazer e usar ferramentas de pedra. As ferramentas que eles faziam eram muito simples, consistindo principalmente de lascas de bordas afiadas que podiam ser usadas para cortar, raspar e picar. Usar o termo "faca" é um pouco impróprio quando se trata das ferramentas feitas pelo Homo habilis, pois suas ferramentas não eram as mesmas que usamos hoje. No entanto, as lascas feitas por eles podiam ser usadas de maneira semelhante às facas e provavelmente eram uma ferramenta importante para a sobrevivência e adaptação em seu ambiente. A capacidade de criar e usar ferramentas foi um grande desenvolvimento evolucionário para os primeiros humanos, pois permitiu que eles acessassem novas fontes de alimento e se adaptassem a ambientes em mudança. (Chat GPT)
No período neolítico (5000 a 2000 a.C). Lâminas de pedra foram equipadas com punhos de madeira, musgo ou couro para a proteção das mãos. As primeiras facas de metal, feitas primeiramente em cobre e depois em bronze, surgiram entre 3000 e 700 anos antes de nossa era. E ganharam cabos feitos do mesmo material. Mesmo sendo suscetíveis à corrosão, as facas de bronze superaram as facas de pedra. Por seu formato fino e mais afiado. Mais tarde descobriu-se que o aço permitia uma lâmina ainda mais afiada, além de dureza e resistência e, no século XVI, ele se tornou o metal preferido pelos fabricantes de facas.
Sofisticadas, as facas do Império Romano eram utilizadas para higiene pessoal e rituais de sacrifício. Eram instrumentos essenciais para os refinamentos romanos à mesa. Nos banquetes da Gália romana, facas de bronze moldadas em uma única peça eram usadas pelos convidados, cujo alimento principal era a carne. Para agradar a população urbana exigente e sofisticada, os cozinheiros romanos aprendiam a desossar peixes e quadrúpedes sem levantar uma única ondulação na pele, e a fazer esculturas em alimentos.
Na Antiguidade, as facas valiam tanto, que muitos de seus proprietários eram enterrados com elas. As usadas pelos escandinavos, por exemplo, eram ricamente decoradas, e apresentavam formas animais e lâminas encrustadas de metais coloridos.
Mesmo com todos os desenvolvimentos, as facas tiveram uso restrito aos pequenos círculos da nobreza. O medievo trouxe um sentido de proporção entre lâminas e punhos, ambos feitos de uma única peça de ferro. A lâmina tornava-se maior apenas em casos específicos, como nas facas usadas para trinchar carnes. Cabos de chifre, ossos e madeira as ornamentavam, e os homens abastados carregavam-na para duplo uso: comer e se defender. Não havia, também, distinção entre facas usadas para caça, para trinchar ou para se usar à mesa. Estas eram pontiagudas, e usadas para espetar os pedaços servidos nas travessas. É na Idade Media também que surgem as primeiras fábricas de cutelaria europeias.
Ainda no início da Renascença, as facas eram artigo raro. O anfitrião não precisava fornecer aos convidados nenhum tipo de utensílio para ser usado à mesa, a não ser os pratos. Isso ajuda a explicar o design dos talheres – apenas facas e colheres –, pequenos para que pudessem ser carregados no bolso, bem como o estilo de refeição, composta geralmente de ensopados ou de pratos com ingredientes já cortados em pequenos pedaços. As mulheres também as portavam: um quadro de 1640 retrata as mulheres de uma família, que se preparava para uma refeição, portando facas prateadas amarradas na cintura por uma corda. No século XVII, aparecem, na Europa, os faqueiros, compostos de facas, colheres e garfos. Tanto que, até o século XVIII, estojos de talheres individuais seriam considerados objeto de distinção, além de valioso presente.
As facas modernas não surgiram, porém, de uma evolução natural do gosto e dos rituais da mesa. Foi a vontade do cardeal francês Richelieu, na década de 1630, que começou a definir as tradições – e o novo uso das facas – da corte real. Dizem que o cardeal detestava o uso de facas de gume duplo e pontiagudas para espetar comida e, ao mesmo tempo, limpar os dentes. Assim, convenceu o rei Luís XIII a banir seu uso de modo a, também, diminuir a violência em todo o reino.
Em 1669, o rei Luís XIV proibiu todos os cuteleiros franceses de fazerem facas pontiagudas. Assim surgiram facas com um só lado da lâmina afiado, e com a extremidade arredondada, sem corte. Esse foi um dos tantos adventos da mudança de modos à mesa que se operaram a partir de então na Europa, e a separação definitiva da faca de mesa e daquela usada como arma.
Outro fator responsável pela popularização das facas modernas foi o sucesso, no início do século XIX, dos garfos curvos de quatro dentes, que dispensavam a necessidade de espetar a comida. As facas de mesa que conhecemos hoje foram finalmente padronizadas no começo do século XX com a invenção do aço inoxidável, que permitiu o surgimento de uma gama enorme de utensílios de mesa, que se tornaram fáceis de confeccionar e de conservar, além de mais baratos. Antes do advento do aço inoxidável, as facas próprias para frutas eram quase inteiramente feitas de prata de lei, já que o aço sofria ao reagir aos ácidos contidos naqueles alimentos.
Os japoneses sempre tiveram um talento especial para facas de cozinha. Samurais do período Shinto (1600-1794) costumavam carregar, num bolso existente na bainha da espada, facas pequenas e elaboradas chamadas kozuka, para cortar alimentos. As facas japonesas tradicionais são, geralmente, feitas de aço-carbono (material que forjou facas desde 1800 também na França, pela cutelaria Sabatier). Essas facas japonesas não são, porém, fáceis de afiar, mas mantêm o fio por muito tempo. As mais modernas são enriquecidas de molibdênio e vanádio, capazes de cortar a casca de uma abóbora como se fosse uma pera macia.
Depois do aço inoxidável, a novidade mais importante em cutelaria são as facas de cerâmica. Lançadas em 1999 na Alemanha, são leves, inoxidáveis, resistentes e jamais perdem o fio, além de não deixarem gosto de metal nos alimentos. É da Alemanha que vêm também as facas de titânio, que mantêm o fio seis vezes mais tempo do que as facas de inox. Superleves, nunca enferrujam ou mancham.
Além dos diferentes materiais e da diversidade de tipos, há facas singulares. Dependendo da cultura em que se inserem. A faca ulu, por exemplo, é composta de uma lâmina em forma de leque e usada pelos esquimós para quase tudo, desde picar gelo até cortar cabelo. A leve santoku japonesa é usada para cortar carne; picar legumes e filetar peixes. A multifuncionalidade se estende à dao chinesa, uma espécie de cutelo, usada tanto para cortar lenha quanto para picar carne. Já a mezzaluna (meia-lua) italiana; com sua lâmina curva e punho nas duas pontas, é a melhor opção para se cortar ervas frescas bem miudinho, sem deixá-las empastadas.
Fonte: Matéria de Cris Couto para o site Revista Sociedade na Mesa e Chat GPT
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