Bowie Raiz
- Clube da Cutelaria
- há 7 dias
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Por Marco Frenette Após passar por vários tipos de lâminas, escolhi colecionar Bowies, mas com um recorte pessoal: cada peça é desenhada por mim após estudar a original e seu contexto histórico.
É um processo lento e paciente, pois não desenho o que quero, mas o que a história manda; e o cuteleiro precisa respeitar o desenho.
Portanto, quando nasce uma peça dessa minha modesta coleção, significa que dois egos foram domados: o meu e o do cuteleiro.
Esse processo é para as peças replicarem o balanço, o peso e as linhas das Bowies originais, proporcionando as mesmas sensações estéticas e físicas experimentadas pelos homens do passado.
Três estão prontas, todas confederadas. Uma de guarda em "D" e uma cruzada, feitas por @cristiano_cutelaria ; e uma em anel, por @facaschaves .

Quando recebo as peças, aplico técnicas de envelhecimento, incluindo desgastes dos cabos. Quando terminar o envelhecimento dessas três, elas serão praticamente indistinguíveis das peças do século XIX, a não ser pelas assinaturas nas lâminas, as quais impedem de serem tomadas por antigas.
As próximas peças estão a cargo de Luciano Chaves. Ele já está com o desenho da Edwin Forrest Bowie, a faca com mais chances de ter sido a usada por Jim Bowie na Luta do Banco de Areia de 1827, evento que inaugurou sua fama.
No desenho coloquei detalhes como o ponto de equilíbrio até angulação do zigrinado do cabo e quantidade de "pirâmides" zigrinadas, passando pelo desalinhamento dos três pinos de fixação e por medidas exatas de todas as simetrias, assimetrias e ondulações.
Após terminada, quem empunhar a peça repetirá a experiência sensorial de Jim Bowie em 1827. Será a peça mais importante da coleção.
As peças feitas por Luciano, incluindo a guarda em anel, já pronta, serão em duplicatas, pois comporão o acervo do Museu @fiodasgerais . As peças serão exibidas com os desenhos originais, todos feitos em escala 1/1.
Assim, os visitantes do Museu Fio das Gerais apreciarão reproduções fiéis das peças que consolidaram o atual formato icônico da "Big Bowie Knife", a rainha das facas.

A Lâmina e o Cão conta a história do primeiro objeto tecnológico e civilizacional criado pelo homem: a faca. Na primeira página da obra, o autor dá o seguinte aviso: “Este livro é sobre facas, mas também é sobre arte e artesanato, sobre honra e desonra, sobre religiosidade, sobre literatura, sobre pintores da Renascença, sobre guerreiros da América Hispânica, sobre lendas do Velho Oeste e do Nordeste, e sobre ser ovelha ou lobo. É, portanto, um livro de difícil classificação. Porém, ele tem unidade, ele tem ritmo e tem um sentido profundo, que é o sentido da conquista e manutenção da Liberdade. Espero que você, caro leitor, se emocione e se divirta ao lê-lo, do mesmo modo que eu me diverti e me emocionei ao escrevê-lo”.
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Marco Frenette
Jornalista, escritor e pesquisador.
Autor do livro "A Lâmina e o Cão - Cultura e Incultura na História das Facas".
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